terça-feira, 27 de setembro de 2011

10 Dias Depois, Termina Ocupação da Reitoria da UnB!

*Enilton Rodrigues

Depois de dez dias termina a Ocupação da Reitoria da UnB. Foram dias de muita discussão e debates em torno da pauta de reivindicação por mais qualidade no ensino e por construção de prédios no campus de Ceilândia. A reitoria se manteve essa última semana sem nenhuma sinalização de negociação, ficamos esse última período esperando a reunião do Conselho Superior da Universidade-CONSUNI que por 38 votos a 18 deliberou por não cancelar o vestibular para o Campus da Ceilândia, último ponto de pauta não atendido. Dia 15 de setembro o Colegiado da Faculdade de Ceilândia aprovou o cancelamento do vestibular para o campus Ceilândia, porém precisava ser ratificada ou não pelo CONSUNI, essa proposta foi ratificada pela assembléia da ocupação.

Logo depois da Reunião do CONSUNI estudantes e reitoria chegaram a um consenso em relação à pauta de reivindicação, terminando assim a vitoriosa ocupação. Da pauta inicial todos os pontos foram atendidos pela reitoria, porém ficou mantido a intenção da reitoria de criminalizar os estudantes envolvidos no ato de ocupação.

Iniciada dia 13 de setembro de 2011 impulsionada por estudantes do Campus de Ceilândia essa ocupação foi uma demonstração clara que o movimento estudantil combativo resiste dentro da FCE-UnB. A precarização da educação no modelo de expansão sem qualidade do Governo Lula/Dilma via REUNI foi o estopim para os estudantes da UFRGS,UFPEL, UFSM, UFF, UFSC, UFPR, UFES e UnB que tiveram essa mesma pautas, tomarem para si as reitorias e obterem essas grandes vitórias. Os cursos criado via REUNI da FCE todos na área de saúde não tem salas de aula, laboratórios e equipamento necessários para serem ministradas as aulas prática deixando os estudantes sem a necessária formação técnica qualificada.

Durante esses dias de intensa mobilização aonde chegamos a reunir 500 pessoas no ato que resultou na ocupação da Reitoria e a Oposição de Esquerda da UNE teve papel fundamental. Em meio a toda essa agitação política o JUNTOS! deu o primeiro passo no sentido de se consolidar não só como uma força política atuante dentro da UnB mas também como uma alternativa real e combativa ao velho movimento estudantil dirigido pela burocracia da majoritária da UNE.

Brasília, 23 de setembro de 2011

*Estudante de Engenharia Florestal-UnB e Militante do JUNTOS!


fonte:http://juntos.org.br/2011/09/10-dias-depois-termina-ocupacao-da-reitoria-da-unb/

Publicado em 25/09/2011 às 00:21

domingo, 18 de setembro de 2011

PSOL vai doar valor do aumento dos vereadores em Porto Alegre


Fernanda Melchionna-PSOL e Pedro Ruas-PSOL anunciaram que irão repassar para entidades o valor correspondente ao reajuste dos vereadores

Os dois vereadores do PSOL em Porto Alegre anunciaram nesta terça-feira (30) uma lista de entidades para as quais irão repassar o valor do reajuste salarial acordado pela mesa diretora da Câmara. A decisão de doar os recursos foi anunciada pela direção do partido como um gesto para organização de um movimento de “indignação coletiva”. Segundo o PSOL, a decisão é inédita no país.

Os vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna repassarão os valores a entidades como a Associação Gaúcha de Proteção Ambiental, Associação dos Pescadores e Ilhas, ONG Cirandar, Central Única das Favelas, Educandário São João Batista e Casa das Sopas da Restinga. “As entidades deverão se deslocar até a Praça da Matriz e queremos fazer os repasses todos juntos”, explicou Pedro Ruas.
Em coletiva de imprensa na sede do partido, a executiva do PSOL classificou como “concessão de privilégio” o aumento de R$ 10.335,72 para R$ 14.837,94, aprovado pela Mesa Diretora da Câmara e que ainda irá à votação. “Nenhuma outra categoria tem esse tipo de reajuste. Por mais organizada que seja, não consegue nem o reajuste inflacionário integral. Nós já tivemos na Câmara o reajuste integral das perdas da inflação. Não tem por quê esse novo aumento. Por isso estamos indignados”, afirmou Ruas.

Caso reajuste seja derrubado, PSOL realizará um protesto contra os aumentos abusivos
A ex-deputada federal Luciana Genro-PSOL disse que há vereadores descontentes com o aumento. “Existem alguns vereadores que estão constrangidos e agora é a hora deles recusarem. Convidamos os descontentes ou outras bancadas que não concordem com este aumento imoral que se juntem a nós. Esperamos que o nosso gesto não fique isolado”, declarou.

Luciana também recordou que o PSOL foi contrário ao aumento dos deputados no final de 2010, e que provocou o “efeito cascata” nos legislativos estaduais e municipais. Para o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, o partido tem a pretensão de provocar a opinião pública. “Eles aprovaram o aumento e daqui a pouco isso será esquecido pela população. Queremos marcar a memória dos gaúchos para que os que aceitam este salário desproporcional ao restante da população não sejam esquecidos”, argumentou.
Os repasses serão feitos assim que entrarem os valores do novo reajuste e seguirão até o final dos mandatos dos vereadores do PSOL. Caso saia o veto pedido nesta terça pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, o PSOL manterá a realização de um ato público contra aumentos abusivos e de combate à corrupção no dia 22 de setembro.

fonte:http://sul21.com.br/jornal/2011/08/psol-vai-doar-valor-do-aumento-dos-vereadores-em-porto-alegre/

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Unir os sotaques em luta: a juventude em movimento


Por Rodolfo Mohr *

“Presidenta, não se preocupe. Este é o Rodolfo, líder da oposição de esquerda da UNE. E eu sou o líder da situação de esquerda da UNE”. Dessa forma, André Tokarski, Presidente da União da Juventude Socialista e ex-Diretor da UNE, ajudou a “quebrar” o clima, na reunião dos diretores da UNE, da UBES e da ANPG com a Presidente Dilma, dia 31 de agosto.
Exatamente antes de Tokarski, apresentei o que seria o nosso único compromisso com o governo: seguir ocupando reitorias, trancando escolas e realizando passeatas por todo o Brasil. Nossa pauta: 10% do PIB para Educação para garantir as urgentes demandas das educação brasileira em todos os níveis.
Ainda disse que vamos enfrentar o governo, que novamente apresenta o orçamento da união com quase 50% dos recursos destinados para o pagamento da dívida pública, eufemismo para a bolsa-banqueiro. A educação segue com cerca de 5%. Evidentemente Dilma e os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Fernando Haddad (Educação) não gostaram nada do que ouviram, o descontentamento estava explícito.
Antes e depois dessa reunião, mobilizações estouraram por todo o país contra o projeto educacional do governo petista. Além de insuficiente, o REUNI não foi cumprido na integralidade. De fato se consumaram as críticas de 2007, ano do decreto que instituiu a expansão, de que não se podia duplicar as vagas nas universidades públicas com apenas R$ 2 bilhões de reais.

Das capitais ao Brasil profundo: de Santa Maria-RS a Teresina

No dia seguinte a reunião, 1º de setembro, a Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi ocupada pelo movimento estudantil. Melhorias para o Hospital Universitário de Santa Maria, concurso público para professores e servidores para diversos cursos, mais recursos para Assistência Estudantil – reformas das Casas de Estudante em Santa Maria e ampliação das moradias em Frederico Westphalen, o direito de 3 refeições diárias no Restaurante Universitário, além de diversas pautas específicas e gerais que retratam o descaso com a Educação Pública. Já são 8 dias de ocupação.
A ampliação promovida nas Universidades federais estava mais vinculada à produção de estatísticas para a campanha de Dilma Presidente do que com o atendimento da demanda da juventude brasileira de acesso à educação pública, gratuita e de qualidade.
Na semana seguinte a reunião com a Presidente, ocorreu uma importante rebelião estudantil e popular em Teresina no Piauí. O prefeito Elmano Férrer (PTB) propôs aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10. A primeira manifestação contrária juntou 200 estudantes e foi duramente reprimida pela tropa de choque da Polícia Militar com spray de pimenta e tiros de bala de borracha. A indignação cresceu e durante cinco dias a população mobilizada, nos últimos juntos cerca de 15 mil pessoas, incendiaram ônibus e barraram o aumento. O prefeito voltou atrás e congelou o preço por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Essa primeira vitória, mesmo parcial, é um marco crucial. Lutas contra os aumentos das tarifas de ônibus ocorreram em todo o país. Em São Paulo, durante dez semanas consecutivas, ocorreram manifestações na Avenida Paulista, de janeiro a março. Porém, somente em Belém havia se obtido vitória como em Teresina.
Durante o mês de agosto, a UFPR protagonizou a única greve geral na federais. Técnico, professores e estudantes passaram quatro semanas mobilizados por uma série pautas semelhantes as da UFSM e do conjunto das mobilizações. Diversas assembleias e trancaços, culminaram com ocupação da Reitoria e a vitória da queda de braço com a Reitoria. Conquistaram construção de moradia estudantil nos três campi da UFPR, aumento de 20% do valor das bolsas-auxílio e 50% de aumento da quantidade de bolsas, bem como o atendimento do Restaurante Universitário todos os dias da semana, incluindo os finais de semana.
Em Niterói, a Reitoria da UFF foi ocupada duas vezes, em 15 dias, pelo movimento estudantil, encabeçados pelo DCE e pela Oposição de Esquerda da UNE. Na primeira vez foram retirados pela polícia através de uma reintegração de posse. Reocuparam dias depois, obrigando a Reitoria a negociar as pautas. Após seis dias conquistaram quase a totalidade das pautas, semelhantes as da UFSM com o acréscimo de questões específicas. A força da mobilização promoveu uma das ocupações de reitoria mais vitoriosas desde a queda de Thimothy da UnB.

15 de outubro: retomar as barracas e ocupar as praças

No Brasil real cresce a indignação com a precarização da vida, a inflação, o endividamento das famílias e as lutas por educação, transporte e moradia. Menos de 9 meses de governo foram suficientes para mostrar que a suposta “apatia” dos brasileiros está dando lugar a uma crescente mobilização. Começou em Jirau nas obras do PAC, passou pelos bombeiros do Rio e pelas lutas da passagem dos ônibus, chegando as Reitorias ocupadas. UFPR, com greve geral das 3 categorias, UFSC, UFF, UFSM, Instituto Federal de Ensino Tecnológico da Bahia. A greve dos técnico-administrativos das Universidades Federais, já com cem dias, escancarou o descaso com esta categoria. Além da escandalosa absolvição de Jaqueline Roriz, que beneficiada pelo voto secreto não foi cassada na Câmara dos Deputados, numa articulação feita pela base aliada de Dilma.
Devemos unir todas as lutas brasileiras e internacionais. Este é o chamado que fez a plataforma Democracia Real Ya da Espanha. Propuseram o dia 15 de outubro como o Dia Mundial de Acampamentos de Praças por Democracia Real. Atendemos no Brasil esta convocatória entusiasmados com a possibilidade de ocupar praças em cinco continentes. Infelizmente, não há praças a serem ocupadas na Antártida.
Democracia Real se converteu em uma pauta que congrega todas as nossas bandeiras econômicas e políticas. Chega de privilégios para os banqueiros e políticos, chega de corrupção, basta de miséria e descaso. É necessário que se ampliem os meios de participação da população em todas as decisões fundamentais do seus países. Para os espanhóis contra o bipartidarismo, para os chilenos que querem educação pública, gratuita e de qualidade e para nós brasileiros tão longe dos nossos direitos.

* Rodolfo Mohr é Diretor de Movimentos Sociais da Executiva da UNE pela oposição de esquerda. Estuda jornalismo na UFRGS e é do Juntos!.

fonte:http://juntos.org.br