quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Nota Pública do CAEF-UnB Sobre Belo Monte



Nota Pública Contra a Construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

A licença de instalação das obras de Belo Monte autorizada dia 26 de janeiro de 2011 pelo IBAMA, é o primeiro grande crime de responsabilidade do governo Dilma Rousseff, foi dado sinal verde para a destruição do Rio Xingu e das comunidades locais. A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte inundará pelo menos 400.000 hectares de Floresta destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies, expulsará mais de 40.000 indígenas e os povos ribeirinhos da região do Rio Xingu, representando assim uma destruição ao modo de vida dos povos originários e das populações tradicionais da Amazônia, que são os maiores defensores da preservação da floresta e de suas culturas ancestrais. A construção da Hidrelétrica beneficiará apenas as multinacionais e as gigantes do ramo da construção civil, atendendo assim aos interesses imediatos dessas empreiteiras e da burocracia corrupta do Estado, o princípio é o mesmo para a exploração mineral da Amazônia para a exportação atendendo a demandas do capital internacional com apoio do agronegócio exportador, das mineradoras e das grandes hidrelétricas tudo em detrimento da nossa diversidade cultural e da biodiversidade, enquanto isso a navegação de parte do Rio Xingu será interrompida e a biodiversidade da floresta será destruída.
A energia que será gerada por Belo Monte atenderá à demanda de grandes empresas com alto consumo de energia elétrica que historicamente sempre contribuíram para a destruição da Amazônia, em nome do saqueio e da exportação de nossos recursos naturais. Na verdade o que está por trás desta questão é a concepção de modelo de desenvolvimento econômico que quer transformar tudo em lucro inclusive a biodiversidade da Amazônia. Assim o CAEF-UnB vem a público manifestar sua posição contra este projeto autoritário oriundo ainda do período dos governos da ditadura militar e que desde então sofre oposição dos movimentos sociais, dos povos indígenas, ribeirinhos, ambientalistas, cientistas, intelectuais, especialistas em energia hidráulica e da população, todos estes segmentos são unânimes em dizer que esta obra é inviável em função de seus impactos culturais, sociais e ambientais além dos impactos referidos este projeto tem como objetivo principal a geração de energia para as empresas mineradoras que exploram ferro, alumínio, bauxita, manganês e outros minérios na região amazônica, estes segmentos econômicos saqueiam os recursos naturais de nosso país para exportarem e deixam no Brasil apenas a terra devastada. O CAEF-UnB se solidariza com os povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas que sofrem com a imposição autoritária do Governo Federal deste desastroso projeto e conclamamos aos partidos políticos de esquerda, movimentos sociais, aos intelectuais que continuemos firmes e unidos na luta contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte.


Brasília, 09 de Fevereiro de 2011

Centro Acadêmico de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília-CAEF-UnB-Gestão Dona Natureza

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